Há momentos em que desabo. Aqueles fragmentos de tempo em que tudo parece desmoronar e eu me pergunto se o que estou fazendo faz sentido. A sensação de impotência diante de um sistema sustentado pela violência me invade, e a vontade de me esconder, de esperar que algo milagroso resolva tudo, toma conta.
Essa foto é o registro de um desses momentos. Um instante em que questionei quem eu achava que era para imaginar que poderia fazer a diferença. Mas também é o registro do momento em que respiro fundo, fecho os olhos, e tento erguer a cabeça, ainda que seja difícil.
Este não é um texto com soluções mágicas. Na verdade, eu não as tenho. Permito-me desaguar, viver esses momentos de fragilidade, porque sei que eles não são permanentes. Nada é. Compartilho isso para que saibam que eu também me sinto assim, vulnerável e sem respostas, mesmo quando apareço cheia de esperança. Às vezes, também quero desistir. E está tudo bem.
Uma frase me ajudou a levantar a cabeça novamente: “Enquanto a terra não for livre, eu também não sou”. Seguimos!